terça-feira, 24 de agosto de 2010

LUA CHEIA



LUIZ MARTINS DA SILVA

Para Luiz Amorim, grande lunático.



Hoje estou com a bola cheia,

Sorte que também é sua.

Mas, basta olhar para o céu,

Para ser dono da Lua?



Que beleza espantosa!

Que abismo de ironia!

O tanto que és luminosa,

És de juízo, vazia.



Dizem que a Lua serve,

Para dar um prumo ao mundo:

Cabelos, marés, estações...

E até rimas aos corações.



Mas que tenhas serventia,

Além do culto profano,

De malandro pra vadia

Viver dizendo eu te amo.



Lua, deixa de ser tonta,

Traze mais que nota à lira,

Pois loucos, poetas e ébrios,

Também pagam suas contas

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

LER É SEMPRE UMA EMOÇÃO

MAURO SPINATO
De tempos em tempos alguns meios de comunicação mais segmentados trazem à tona uma velha discussão: a boa e a má literatura. Entram na arena, para mais uma acirrada batalha, os exércitos das palavras. De um lado os Guardiões Machadianos, apoiados pelo Clã dos Drummonds. No outro lado da arena a Sociedade dos Novos Coelhos, ladeados pelas Talitas do Twitter. Isso falando-se apenas nas guerras internas tupiniquins.

As agressões vêm de todos os lados. As vanguardas dizem que os Machadianos e Drummonds são múmias empoeiradas em seus sarcófagos, enquanto a velha guarda acusa os Coelhos e Talitas de tentarem acabar com a língua portuguesa.

- Nós somos clássicos.

- Nós vendemos mais.

- Somos eternos.

- Somos populares.

- Estamos na Academia Brasileira de Letras.

- Nós também.

E por aí vai. Velhas fórmulas, clássicos, modernos, Orkut, twitter, MSN, nova linguagem, novo vocabulário, nova escrita. O mundo em evolução e em revolução. Livros, sebos, livrarias, e-books, kindles, e-mails. A palavra em novos substratos físicos e virtuais. Papel, pedra, papiro, monitores, MP 3, 4, 5, 6, 7..., ipod, notebook, e-palavra. Tudo muda rapidamente. O que é bom, o que é ruim? Como saber? Não temos tempo para pensar, decidir. Tudo já está mudando novamente. Porém nesse turbilhão de mídias e idéias, nos constantes furacões que mudam nossos dias e culturas, uma certeza: ler é sempre uma emoção. Deixemos de lado o que é boa ou má literatura. Leiamos. A conjugação ficou esquisita e arcaica, mas quer dizer: vamos ler. Vamos nos emocionar. Vamos imaginar. Produzir em nossas mentes um filme tão bom que cineasta nenhum consegue igualar. Produzir a perfeição, os melhores cenários, os melhores atores, as melhores cenas. Uma só frase desperta nossos neurônios e iniciamos uma fantástica viagem ao mundo do imaginário.

“O gato comeu o rato.”

Imagine esta cena. Como era o gato? Angorá, persa, vira-latas, gordo, magro, fêmea, macho, amarelo, branco, preto, malhado, velho ou novo?

E o rato? Cinza, branco, preto, camundongo, ratazana, do campo, velho, feroz, novo ou medroso?

E o lugar? Onde acorreu? Numa casa, apartamento, na rua, fazenda, lixo, fábrica abandonada ou esgoto? Chovia, fazia sol, neve, frio, calor intenso?

E a cena? O gato correu atrás, lutaram? O rato foi dilacerado, com suas vísceras e sangue esparramados pelo chão? Ou foi apenas engolido, deixando o rabinho a balançar fora da boca do gato, numa típica cena de Tom e Jerry?

Tenho certeza que você leitor, apesar das centenas de combinações possíveis já descritas, tem em sua mente outras tantas que nem ousei imaginar. Enfim, esse é o valor da leitura: imaginar. Criar com a mente, dar asas aos nossos desejos mais secretos. Colocar em cada cena mental a nossa aspiração, utilizar a nossa ética, nosso senso moral, nossos desejos. Colocar em cada cena nossos atos heróicos ou até vingativos que não poderíamos realizar no mundo real. Este é o melhor filme. O filme rodado a partir das letras para a nossa imaginação. Um longo longa-metragem (foi proposital) que em momento algum nos enfastia, nos cansa; onde cenas são criadas e modificadas numa fração de pensamento e os finais, se não nos agradam, podem ser despudoradamente modificados pelo nosso livre-arbítrio

PRÊMIO-  O Pensador IV da Academia de Letras de Itapema - RS

terça-feira, 10 de agosto de 2010

OUTDOORS




Campanha publicitária do Citibank espalhada pela cidade de


São Paulo através de Outdoors:


Lembre-se de Viver...

"Crie filhos em vez de herdeiros."

"Dinheiro só chama dinheiro, não chama para um cineminha, nem para tomar um sorvete."

"Não deixe que o trabalho sobre sua mesa tampe a vista da janela."

"Não é justo fazer declarações anuais ao Fisco e nenhuma para quem você ama."

"Para cada almoço de negócios, faça um jantar à luz de velas."

"Por que as semanas demoram tanto e os anos passam tão rapidinho?"

"Quantas reuniões foram mesmo esta semana? Reúna com quem você ama"

"Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça, vírgulas significam pausas..."

"...e quem sabe assim você seja promovido a melhor (amigo/ pai/ mãe/ filho/ filha/ namorada/ namorado/ marido/ esposa/ irmão/ irmã... etc.) do mundo!"

"Você pode dar uma festa sem dinheiro. Mas não sem amigos."


AS INCERTEZAS DA COR- útimas postagens

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