LUIZ MARTINS DA SILVA
Oh! Minha cólera! Escuta-me!
Atina-te, ainda que por um átimo.
Sabias que todos os sábios
reverenciam
O que há de infinito num grão de
areia?
Adia, enquanto é sóbria, a tua pedra.
O que há de grandioso em depredar?
Acaso, não te contentas em contemplar
A magnitude que te reflete no
espelho?
Tua superioridade é tanto quanto
És capaz de se ater ao mínimo encanto
De que o Universo começa numa letra.
Toda a partitura cósmica parte de uma
nota,
Que nunca se repete, desde o pingo da
chuva
Ao enxoval de lágrimas que já o tem
por perto.