domingo, 29 de dezembro de 2013
EXATAMENTE NESTE INSTANTE
LUIZ MARTINS DA SILVA
Agora, que me entrego pelas vozes do vento,
Endereços de redemoinhos,
Baldeações de aguaceiros,
Cantarolas de goteiras,
Pétalas de Rosas dos Ares...
Eu me apressarei em teus ouvidos,
Pois, bem sei que tens mais conchas,
Do que os teus líricos segredos.
Eu te ciciarei de trinos abafados
Mesmo sendo teu coração vapor de vidraças.
Traços para entrever sol enfumado,
Réstias de templo e de luz,
Contraluz de sombras douradas,
Passado barroco de molduras,
Concerto de cravo, cello
E órgãos de acórdãos imaginários.
Eu te ousarei, uivo de temporal,
Rentes a líquens de nascentes e rochedos,
Musgos, para pousos de murmúrios.
Tão frágil qual minúscula flor de mandrágora,
Tu me dirás se sou ou não,
Louva-Deus para teus preitos e soluços.
Eu me cravarei em ti, libélula farta.
Dardo molhado, de orvalho ruprestre.
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