LUIZ MARTINS DA SILVA
Meus primos congênitos,
Minhas leais companhias,
Agora, minha licença,
Para lhes agradecer tanta luz
A iluminar minha existência.
Refúgios para os padecimentos de
navegante.
navegante.
Febres endêmicas em certas paragens da
condição humana,
condição humana,
De se estar sempre a decifrar senhas e
sendas,
sendas,
seguindo a intuitiva fé no clarão que nos leva ao sonhado
horizonte,
mas nevoeiro confundindo bem e mal num veludo indistinto.
Quantas travessias!
Mas quantos amigos!
A me servir de bússola,
Guia, farol, esperança.
mais dia menos dia
só me restarão patrimônio imaginário,
arca imensa de tesouro camuflado em fantasia.
Meus livros,
que lhes poderei prometer senão o fiel intento
de rogar para que lá estejam, também na biblioteca do
sempre,
essa infindável sucessão de estantes de lembranças.
Entre corredores infinitos lá estarei vagando, silhueta
míope,
ainda atrás d’A Grande Obra, a maior de todas as
referências.
Quem sabe, nessas imaginárias andanças,
possa até me deparar com tantos ilustres caminhantes:
Machados, Borges, Pessoas, Florbelas, Cervantes…
E, finalmente, contemplar apaziguados entre os anjos,
Graciliano e Augusto redimindo meus temores de infância.
E lá, no fundo dessa incomensurável Alexandria,
um Ancião, curvo, mão e lupa, a folhear
compêndios,
compêndios,
absorto astrônomo a identificar estrelas até bem
pouco inexistentes.
pouco inexistentes.