quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

POEMA DO ÚLTIMO DIA



Para todos os que gostam de ler, escrever, sonhar, rir, falar de amor
Acreditam na Alegria, trabalham, estudam, viajam, cantam, desafinam
Voam (mesmo na cadeira)
Para os ecologicamente corretos, ou que ainda serão
Os que amam Drumond, Florbela, Pessoa e Clarice
Para os que escreveram um livro ou os que, como eu, ainda escreverão
Para os blogueiros, trapezistas, alquimistas, paraquedistas
Os que já pintaram um quadro , tiveram um filho, dois ou mais ,
ou estão planejando ter
Os que já se apaixonaram , se enganaram
e acreditarão sempre
Aos lúcidos de alma e coração
Aos loucos porque são sinceros
Aos que pensam em ir além e vão!
Aos que nunca cruzarão meu caminho
Mas seguem em frente em algum lugar deste planeta
tentando fazer o melhor
A todos os que sonham em dar a volta por cima e se libertar da dor
Aos que passam por aqui de vez em quando
A TODOS NÓS

FELIZ 2009!!!


@@@@@@@@@@@@@
Dedicado especialmente à Teka, minha irmã ( porque viver é bom!!!)

TUDO O QUE EU PRECISAVA APRENDER




"A maioria das coisas que eu realmente precisava aprender sobre como viver, fazer e ser, eu aprendi na infância. Sapiência não se encontrava no topo da montanha das escolas de pós-graduação, mas na caixa de areia da creche.
Essas são as coisas que eu aprendi: compartilhe todas as coisas “jogue limpo” e não bata nos colegas. Não pegue nada que não seja seu, limpe a bagunça que você fez e coloque tudo de volta em seus lugares. Peça desculpas quando você magoar alguém. Sempre dê a descarga e lave as mãos, sobretudo antes das refeições. Viva uma vida equilibrada: além de trabalhar, desenhe, pinte, cante e dance um pouco todos os dias. Lembre-se também que leite frio e biscoitos fresquinhos pode ser bom para você.
Tire uma soneca às tardes e quando sair às ruas cuidado com o trânsito; dêem as mãos e permaneçam juntos.Cultive a sua imaginação: lembra-se da semente de feijão que a professora colocava no vaso de água? As raízes cresciam para baixo e as folhas para cima e ninguém sabia explicar o porque. Nós somos parecidos. Os peixinhos do aquário, os passarinhos da gaiola e as sementes de feijão,todos morrem e nós também.
Recorde-se do grande e melhor conselho da época, olhe! Olhe ao seu redor! Tudo o que você precisa saber está aí à sua volta. As regras de ouro: Paz, Amor, Ecologia e uma Vida Saudável.Imagine como o mundo seria melhor se todos tivessem um lanchinho com leite e biscoito às três da tarde e em seguida tirassem uma soneca. Imagine se houvesse uma política nacional que todos os cidadãos tivessem que limpar a sua própria bagunça e colocar as coisas de volta em seus lugares. Imaginem se todos dessem as mãos e permanecessem juntos."
Texto de Robert Fughum- tradução Paulo R. Mota
link para funghum - http://www.robertfulghum.com/

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

ENCANTANDO A PALAVRA

Imagem- Austrália post (agência M&C Saatchi, Melbourne)

Hora de fazer balanço, .
Ou nada, só o pretexto
De ficar mandando versos,
Pelo que muito agradeço.
Sua leitura foi chama,
Soprada brasa de alento.
Por vezes, em verde lenha
A me avultar pensamentos.
Escrever, tela, alguém em mente,
Recebendo uma mensagem,
Abrindo de um manto um poema:
Formando imagens, paisagem.
Distância a lembrança encurta
No quanto a memória é prece,
Pessoas queridas por perto,
No sopro de tons da saudade.
Difícil o manejo da flauta,
Composição, escritura.
Imagine o leitor, sacrifício,
Em dar-me gosto, leitura.
Pretensão, sim, foi a minha
De lhe eleger, em assédio,
Mas, o que fazer da vinha?
Sem você ela é vinagre.

Luiz Martins da Silva - Poeta, jornalista, professor da Faculdade de Comunicação da Unb.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Ainda há tempo


Ainda há tempo
para ir a luta
para acreditar
para ser feliz
para ir em busca.
Ainda há tempo
para mudar...
para amar...
para perdoar...
Há tempo
para acreditar
em tempos de paz,
em acordos, reconcialiações
nações em comunhões .
Há tempo
para o belo no outro enxergar
e se assim não for,
a semente do amor,
da esperança,
vamos semear.
Há tempo
No sentindo amplo,
exato de existir.
Há tempo enquantoo
sangue corre quente!
Enquanto o ar
nossos pulmões inflar!
Enquanto o coração
vida em nossas vidas
Pulsar.
Ainda há tempo.
Texto de Débora Acácio ( enviado gentilmente por Ana Faleiros )

sábado, 15 de novembro de 2008

A ADMIRÁVEL SENHORA WARD



Ann Radcliffe nasceu Ann Ward em nove de julho de 1764 em Londres. O que diferencia uma das precursoras da chamada literatura gótica, a literatura que retrata o nebuloso e trágico , está em que Ann ao contrário de Allan Poe, H. Walpole e outros tinha como pano de fundo a pintura e a poesia. Ann pintava com as letras como nenhum dos outros escritores da época. A literatura de Ann Radcliffe é como um quadro em movimento. Primeiro Livro: em 1789 -. The Castles of Athlin and Dunbayne. O notável sucesso do livro definiu seu gosto por castelos medievais, heroínas acorrentadas, noites sombrias. Publicou dois anos depois - The Sicilian Romance e The Romance of the Forest. Suas obras mais marcantes seriam publicadas em 1794 e 1797, respectivamente: The Mysteries of Udolpho e The Italian. Ann Radcliffe desaparece em 1823 do cenário literário entre brumas e mistérios tornando-se uma lenda eterna da literatura que retrata o que há de mais profundo na alma humana: o medo.
L.A
( Sobre a trajetória do Romance no Brasil: http://www.caminhosdoromance.iel.unicamp.br/

MEMÓRIAS BRANCAS

(Image by Ben Goosens)

“... é a minha alma que se desprende dos laços terrestres e anda pairando no espaço com sua irmã fugitiva...” (Anna Plácido, 1832- 1895)



Sempre é o lugar de ontem.
Todos montados sobre cavalos estendem cabelos ao carrossel do Vento.
A lua filtra a claridade da rua
A casa e a rua sobrevivem ao tempo.
Aonde andam os meninos, os risos, as lágrimas, os gritos?
Os que aqui viviam habitam outros sonhos, outras vidas, outros dias.
Pintaram a casa, mudaram as janelas, apararam o jardim.
Trocaram o telhado, há pouca mobília.
Os personagens dos livros sentam-se à mesa, dobram lençóis, regalam-se nas sombras
Atravessam as paredes, desbotados, antigos
Não sabem o rumo de suas estórias.
O homem se foi; a mulher e seus filhos para terras distantes.
A cidade adormece, as luzes se acendem, é a mulher que volta.
Remexe o fogão, sobe as escadas e limpa a poeira.
Recolhe das cinzas pequenas memórias.
Esfrega nos dedos
Memórias sem vidas, branquinhas... branquinhas...
Observa os homens que saem dos livros
Apaga as luzes e volta pro parque.
Todos montados sobre os cavalos, estendem cabelos ao carrossel do vento.
O Ontem agora é um lugar de sempre.

Luísa Ataíde

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