segunda-feira, 26 de março de 2012

O PENSAMENTO

    
FRANCISCO CÃNDIDO XAVER

Nossa alma vive onde se lhe situa o coração.
Caminharemos, ao influxo de nossas próprias criações, seja onde for.
A gravitação no campo mental é tão incisiva, quanto na esfera da experiência física.
.Pensamos, e imprimimos existência ao objeto idealizado.
A resultante visível de nossas cogitações mais íntima denuncia a condição espiritual que nos é própria, e quantos se afinam com a natureza de nossas inclinações e desejos aproximam-se de nós, pelas amostras de nossos  pensamentos.
Se persistimos nas esferas mais baixas da experiência humana, os que ainda jornadeiam nas linhas da animalidade nos procuram, atraídos pelo tipo de nossos impulsos inferiores, absorvendo as  substâncias mentais que emitimos e projetando sobre nós os elementos de que se fazem portadores. 
Imaginar é criar.
E toda criação tem vida e movimento, ainda que ligeiros, impondo responsabilidade à consciência que a manifesta. E como a vida e o movimento se vinculam aos princípios de permuta, é indispensável analisar o que damos, a fim de ajuizar quanto àquilo que devamos receber.
Quem apenas mentalize angústias e crime, miséria e perturbação, poderá refletir no espelho da própria alma outras imagens que não sejam as da desarmonia e do sofrimento?
Um viciado entre os santos não lhes reconheceria a pureza, de vez que, em se alimentando das próprias emanações, nada conseguiria enxergar senão as próprias sombras.
Quem vive a procurar pedras na estrada, certamente não encontrará apenas calhaus subservientes. Quem se detenha indefinidamente na medição de lama está ameaçado de afogamento no lodo. O viajante fascinado pelos sarçais, à beira do caminho, sofre o risco de enlouquecer entre os espinheiros do mato inculto.
Vigiemos os , purificando-o no trabalho incessante do bem, para que arrojemos de nós a grilheta capaz de acorrentar-nos a obscuros processos de vida inferior.
É da forja viva da ideia que saem as asas dos anjos e as algemas dos condenados. (...)

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