segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
O PRIMEIRO NATAL DO MENINO JESUS
Fernando Henrique de Passos
Que noite tão escura,
Menino Jesus!
E tu à procura…
Que procuras tu?
Teu berço vazio,
Maria a chorar…
Volta para a gruta,
Não ouves chamar?
É o teu Natal,
Tens de estar ali…
Como pode haver
Um Natal sem ti?
Pára de correr,
Menino Jesus,
Que ainda vais ferir
Teus pezitos nus…
Volta para a gruta
E terás imenso.
Tens à tua espera
Ouro, mirra, incenso…
Tens à tua espera
Pastores e pastoras,
Eles reverentes,
Elas protectoras…
Tens o S. José,
Que lá está também,
Mas, mais do que tudo,
Tens a tua Mãe!
É noite cerrada,
Já te vejo a custo.
Que buscas agora
Atrás desse arbusto?
“É uma ovelhinha,
Tinha-se perdido.
É o meu Natal?
Tinha-me esquecido…”
Já dormes de novo
No teu berço alvo.
Vela-te, a teus pés,
O bichinho salvo…
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
À HETAIRA ( A áspera crônica Machadiana)
12 DE MARÇO DE 1867.
Se a opinião domina os costumes políticos, a senhora domina os costumes sociais. É rainha por graça do diabo e unânime aclamação da vaidade humana. Governa sem oposição nem contraste; manda o que quer, como quer, quando quer. Tem cavalos para pisar o filósofo pedestre; tem sedas para afrontar a honestidade desvalida. O número dos seus ministros é infinito; a dedicação deles não tem rival nem nos cortesãos da fortuna. Quando a senhora os quer aumentar conquista-os aos milhares sem a lança de Alexandre nem a espada de Frederico Magno; conquista-os com o olhar, com o pé, com uma palavra alegre, e às vezes menos que tudo isso, com a simples presença da sua pessoa e dos seus arrebiques. A Vênus de Homero denunciava-se apenas pelo andar; a senhora tem a mesma qualidade divina: basta aparecer para revelar-se quem é. E reconheço que não é por falta de esforços seus, por quanto a comparar somente o vestuário, é difícil distinguir hoje uma mulher pública de uma mulher honesta. Parece que a senhora tem por timbre imitar a virtude, ao menos por esse lado, e sacrificar à moda as suas pretensões exclusivistas. O que a distingue, porém, é um certo “quid”, um ar especial, um tom indígena, que só possui quem foi criada nas terras de Vênus impudica. Nisso é impossível imitá-la. De ordinário, a senhora tem dois nomes, um recebido na pia, outro que lhe dá o público: batiza-se por Luíza, Maria ou Margarida, e toma o pseudônimo de Nicota, Olhos Verdes, Flor da Noite, e outros menos poéticos. Nasce em qualquer bairro da cidade; cresce, aformoseia-se, abre as suas graças, corrige-as, desenvolve-as,até abrir tenda bem provida e adornada, aonde convida os passantes para a mercancia do amor.É provável que a senhora desconheça a designação que lhe dei no cabeçalho desta carta. Hetaira é uma palavra grega que designa as mulheres da sua profissão. A senhora não tem obrigação de saber grego, nem latim; ninguém lhe pede mesmo que saiba a sua língua, que nada vale ao pé de uma das línguas universais, como o dinheiro, que a senhora conhece profundamente, como a música, de que às vezes conhece apenas a gramática, e já é demais. Mas não se iluda com a naturalização helênica, se acaso acredita em mim. As hetairas de Atenas eram coisa diversa das de hoje. Primeiramente, a índole do amor pagão, se não estava ainda reabilitada pelo espírito cristão, não havia também assumido o caráter puramente mercantil deste tempo. Era uma espécie de voluptuosidade misturada ao amor da plástica e à adoração da forma. Os gregos não esqueciam nunca que a sua Vênus nascera das espumas da água marinha para ir direitinho ao Olimpo dos outros deuses. Demais, como a senhora vai saber, algumas das suas colegas da antiguidade recebiam em sua casa, em palestra animada, os primeiros homens da república, os chefes políticos, os generais, os filosóficos. O sábio Sócrates, que a senhora mandaria hoje expelir por dois lacaios, não se pejava de penetrar nesses santuários de Vênus, e conversar com a sacerdotisa, aconselhá-la mesmo; e de uma delas, não se envergonha de confessá-lo, aprendeu ele tudo que sabia acerca do amor. Avalie a diferença enorme que vai de um tempo a outro. Da antiga cortesã a senhora apenas herdou a fome de ouro, aura fames, porque ela também amava o precioso metal; mas o resto desvaneceu-se ao sopro dos tempos. Alegará a senhora que também imita as damas de Atenas em franquear as suas portas aos generais e aos políticos, e não sei se aos filósofos também. Acreditoque sim, mas franqueia-as aos outros políticos e generais que eles trazem nas algibeiras, aos bilhetes do tesouro, às libras esterlinas, aos soberanos, aos thalers, aos contos de réis que a senhora prefere aos contos de Perrault ou aos da carochinha. Na velha Atenas as hetairas formavam, por assim dizer, a sociedade;eram um centro natural, onde se tratava de tudo; da última comédia de Aristófanes, da recente resolução de Cleon, de uma vitória na Ásia, de um cometa,de uma novidade filosófica, tudo isso de envolta com as coisas do amor. Poupo-lhe uma investigação através dos tempos, e dispense-me de escrever-lhe a genealogia. Importa-nos pouco saber que transformação sofreu o tipo que asenhora representa. Resta-nos aceitá-la como hoje é, definir a sua incontestável realeza no domínio dos costumes. Para contentar a sua vaidade e a dos seus numerosos vassalos, não precisa mais. Mas a singularidade da sua realeza está em que todos, mesmo aqueles que nunca foram seus vassalos confessados, os mais severos, os mais Catões, não deixam de tributar-lhe embora indiretamente uma homenagem desonrosa. Olhe o que acaba de acontecer na capital da França, donde imitamos tudo. Ali estreou a senhora, no mês passado, num teatro de Bufos, com o nome de Cora Pearl, nome célebre nos anais de Pafos. Cora Pearl é uma Vênus eqüestre que, segundo dizem os que de lá vêm, reina sem contraste no bosque de Bolonha, onde não passam melhores cavalos nem rodam mais elegantes faetons que os dela. É uma verdadeira rainha das Amazonas, com um seio de mais e a consciência de menos. Os jornais chamam-lhe centaureza. Pois estreou a senhora debaixo daquele nome: lembrou-se de ter talento para a cena. Para ir admirar os alexandrinos de Corneille ou a prosa lírica de V. Hugo, na época dos consumados atores da Comédia Francesa, paga-se o preço comum; para ouvi-la a coisa foi diversa: os camarotes orçaram por cem mil réis, as cadeiras por cinqüenta. E que auditório! Os príncipes, os marqueses, os embaixadores, um filho de Murat, um descendente de Turenne, um primo de Bonaparte, um paxá, todas as religiões, todas as famílias. Se amanhã, a senhora, cansada mas não saciada de trunfos, se lembrar de ter um aqui no nosso Rio de Janeiro, nesta capital que é sua pelo dom de ubiqüidade que a senhora partilha com a opinião publica, há de tê-lo, se não tão luzido como lá, onde há mais gente, ao menos quanto basta para provar que a realeza do mundo atual lhe pertence e que a espada dos generais e o gabinete dos estadistas valem menos que o seu braço torneado e a sua perfumada alcova. Se valem! A senhora tem. a seu favor uma arma poderosa, entre outras, que é o luxo; a senhora vingou-se; teve o seu 89, o seu 22, e, mais feliz que Tiradentes, não morreu no cadafalso, subiu ao Capitólio, onde é coroada de brilhantes e pérolas, e até pelas musas que lhe fazem versos e comédias. Os dominadores é que passaram a ser trastes de luxo, e a senhora domina-os, move-os, eleva-os, abate-os, como se foram uns títeres, ao simples capricho da sua vontade. O luxo firma o seu trono; essa peste, que veio da Ásia para acabar com os restos da severidade romana, é a condição essencial do pontificado que a senhora exerce na igreja do diabo, que Santo Agostinho diz imitar a igreja de Deus — e eu peço licença para desmentir o padre ao menos neste assunto.
Quando a senhora passa pelas ruas, de carro ou a pé; quando vai aos teatros, onde aparece sempre às nove horas, como um entreato inesperado, todos os olhos, todas as atenções, os velhos, os moços, as damas, volta-se tudo para a senhora, quer se chame Fúlvia, Metela ou Otávia. Não é um triunfo isto? Mas ao lado desse,há outro triunfo tão grande e tão singular: é o triunfo pecuniário do autor de tantas obras. Triunfo pede triunfo. Nasce a emulação. A senhora é bela; mas as suas jóias são ricas; possuí-la quer dizer enriquecê-la mais. Estabelece-se uma almoeda entre duas consciências — perdão — entre duas algibeiras. Duas? três,quatro, seis. Dentro de um quarto de hora conta a senhora meia dúzia de rivais, boas mães de família, que a essa hora se ocupam talvez em pôr o seio túrgido e casto entre os lábios de uma criança, fruto de esquecidos amores. Que quer? Há em todos os homens um pouco de Narciso; a senhora que é um espelho, está destinada a refletir-lhes o orgulho de possuir. A esposa é apenas uma casaca, traje comum; a hetaira é uma farda agaloada de ouro. Agora, as conseqüências. Com esta realeza, que ninguém contesta, raros criticam e a maioria aplaude, que é reconhecida e mantida em todas as latitudes e em todas as línguas, faz a senhora duas funestas destruições: abate a velhice e corrompe a mocidade; faz da mocidade uma velhice sem veneração; faz da velhice uma mocidade sem nobreza. Os arrojos da juventude, as ilusões, os cantos e os sorrisos próprios da alvorada da vida, acaso os tem a falange de velhos prematuros, que contam vinte anos pelo calendário e cinqüenta pela fadiga? E a coroa da velhice, que é uma coisa augusta, as santas cãs, que a aproximação do túmulo vai transformando em monumento, acaso as encontramos nos anciãos refeitos que encobrem os setenta anos do calendário com uma primavera artificial e ruidosa? Pois tudo isto é obra da hetaira moderna, e como conseqüência disso, o desprendimento dos laços da família, o abatimento dos costumes, a transformação das sociedades despojadas do ideal, que é o farol do futuro, e da tradição que é o do passado.A senhora há de dizer consigo que eu, valendo menos que Sócrates, sou mais desapiedado que ele, pois o filósofo não escrevia destas coisas às suas elegantes contemporâneas. É verdade. Mas todos os homens têm um defeito ao menos; a indulgência de Sócrates e a minha austeridade são o nosso calcanhar de Aquiles.Não me suponha um profeta carrancudo derramando lágrimas inúteis pelas desgraças de Sião. É certo que já pendurei nos ramos dos salgueiros a harpa das minhas mais caras ilusões, mas ainda me resta um pouco de fé, assaz robusta, para levantar-me a cabeça e os olhos para Deus. E por falar em Deus, faço-lhe um pedido: é que não procure o caminho da igreja senão quando tiver esquecido o caminho do erro. Nesta época de penitência tenho-a visto, desde que me entendo (há vinte anos) trajar de preto e ir ouvir na casa de Deus a palavra do sacerdote. É bom, é necessário, quando se rompe com o passado. Mas transformar a nave sagrada em campo de Fársalia para os incautos Pompeus que lá vão, perdoe-me a senhora, é escrever a ultima palavra do catecismo do mal. Para entrar na casa deDeus não basta um vestido preto; é preciso uma alma nova, isto é, uma intenção pura. Dirá a senhora que a regra vale para outros pecadores igualmente reincidentes. Tem razão; mais razão terá se disser que esta sociedade não tem o espírito, mas o hábito religioso; — tem as obras, e não tem a fé, que está acima das obras. Mas falar disto agora não seria escrever uma terceira carta? Deixe-me concluir aqui, e perdoe-me se lhe interrompi o opulento almoço; mas console-se com a idéia de que eu vou tomar apenas um pouco de trigo amassado e uma infusão de folha chinesa, — admirável sobriedade que só pode mostrar um homem pobre, como eu.
Joaquim Maria Machado de Assis
(Gentilmente enviado por Osmar Oliveira Aguiar)
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
AOS QUE PASSAM EM NOSSAS VIDAS
Antoine de Saint- Exupéry
Cada um que passa em nossa vida passa sozinho...
Porque cada pessoa é única para nós,
e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa em nossa vida passa sozinho,
mas não vai só...
Levam um pouco de nós mesmos
e nos deixam um pouco de si mesmos.
Há os que levam muito,
mas não há os que não levam nada.
Há os que deixam muito,
mas não há os que não deixam nada.
Esta é a mais bela realidade da vida...
A prova tremenda de que cada um é importante
e que ninguém se aproxima do outro por acaso...
terça-feira, 26 de outubro de 2010
FONTE SEGURA ( repassando email)
· Folha afirma que Dilma planeja invasão aos Estados Unidos.
· Investigação francesa revela que Dilma embriagou motorista da Princesa Diana no dia de sua morte.
· Veja: Dilma colocou remédio na água da Vanusa antes dela cantar o hino nacional.
· Folha de São Paulo: Dilma tentou quebrar o sigilo da receita da Coca-Cola.
· Dilma foi responsável pela queda da Torre de Babel.
· Folha: Dilma tem ligações com as Farc, Ferc, Firc,Forc e Furc.
· Fontes seguras da Folha confirmam que Dilma, quando era das Farc, matou John Lennon!
· Folha de São Paulo: Há 100 dias não chove por culpa de Dilma. Serra a critica e diz que vai solucionar o problema, por que tem experiência e sabe como fazer.
· Capa policial: Dilma é acusada pela prisão de ventre de toda sua turma!
· Folha: Descoberta participação de Dilma nos atentados de 11 de setembro.
· Globo Repórter: Dilma é responsável pelo terremoto no Haiti. Escuta autorizada revela conluio com Epicentro.
· Folha: Fevereiro tem menos dia por culpa de Dilma.
· Estado de Minas revela: Dilma não quer transposição do mar para Minas Gerais.
· Escândalo: Os sete ganhadores da Mega Sena pertencem a campanha de Dilma.
· Época revela: Dilma seria culpada pelo excesso de peso do jogador Ronaldo.
· Le Monde para a Folha, exclusivo: "Polícia descobre que Dilma matou Joana D'Arc".
· Marina denuncia 2 crimes ecológicos de Dilma: devastação de Serra e extinção de tucanos.
· William Bonner confessa que Dilma é culpada de ter arranhado sua hérnia de disco.
· Estadão descobre que Dilma é a mãe do Chaves e o abandonou na vila dormindo no barril.
· Exclusivo: Foi Dilma quem cortou dedo de Lula.
· Denúncia da revista IstoÉ: Neto de Dilma nasce violando sigilo de Verônica Serra! PSDB pede impugnação do nascimento do moleque!
· Manchete Veja: Dilma é criminosa: mandou cortar a perna do saci pererê.
· Folha: Dilma envenenou a maçã da Branca de Neve.
· O Globo - exclusivo: Prática do mensalão é mais antiga do que se imagina: foi Dilma quem entregou o dinheiro a Judas Escariotes.
· Exclusivo Veja: Dilma afundou o Titanic e agora ameaça afundar o Serranic!
· PSDB denuncia: Dilma é acusada de interferir no romance de Tiririca com Florentina de Jesus.
· Segundo a professora primária Bernadete, Dilma matou duas aulas no curso primário.
· E é a única responsável pelo atolamento do Galo.
* caso ganhe vai mudar a cor do ceú.
. CAIM MATOU ABEL A MANDO DE DILMA.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
DANÇARINA ESPANHOLA
Rainer Maria Rilke*
Como um fósforo a arder antes que cresça
a flama, distendendo em raios brancos
suas línguas de luz, assim começa
e se alastra ao redor, ágil e ardente,
a dança em arco aos trêmulos arrancos.
E logo ela é só flama, inteiramente.
Com um olhar põe fogo nos cabelos
e com a arte sutil dos tornozelos
incendeia também os seus vestidos
de onde, serpentes doidas, a rompê-los,
saltam os braços nus com estalidos.
Então, como se fosse um feixe aceso,
colhe o fogo num gesto de desprezo,
atira-o bruscamente no tablado
e o contempla. Ei-lo ao rés do chão, irado,
a sustentar ainda a chama viva.
Mas ela, do alto, num leve sorriso
de saudação, erguendo a fronte altiva,
pisa-o com seu pequeno pé preciso.
* Poeta e escritor alemão. Autor de Elegias do Duíno. Trad. Augusto de Campos
Gentilmente enviado por Osmar de Oliveira Aguiar
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
PRIMEIRO FILME FEITO NO MUNDO- 1895- IRMÃOS LUMIÉRE
Considerado como um marco inicial do cinema comercial, o filme foi exibido no GRAN CAFÉ em Paris para cerca de 33 pessoas, que julgaram ser a cena real e ao verem o trem sairam correndo para fora do Café.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
LUA CHEIA
LUIZ MARTINS DA SILVA
Para Luiz Amorim, grande lunático.
Hoje estou com a bola cheia,
Sorte que também é sua.
Mas, basta olhar para o céu,
Para ser dono da Lua?
Que beleza espantosa!
Que abismo de ironia!
O tanto que és luminosa,
És de juízo, vazia.
Dizem que a Lua serve,
Para dar um prumo ao mundo:
Cabelos, marés, estações...
E até rimas aos corações.
Mas que tenhas serventia,
Além do culto profano,
De malandro pra vadia
Viver dizendo eu te amo.
Lua, deixa de ser tonta,
Traze mais que nota à lira,
Pois loucos, poetas e ébrios,
Também pagam suas contas
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
LER É SEMPRE UMA EMOÇÃO
MAURO SPINATO
PRÊMIO- O Pensador IV da Academia de Letras de Itapema - RS
De tempos em tempos alguns meios de comunicação mais segmentados trazem à tona uma velha discussão: a boa e a má literatura. Entram na arena, para mais uma acirrada batalha, os exércitos das palavras. De um lado os Guardiões Machadianos, apoiados pelo Clã dos Drummonds. No outro lado da arena a Sociedade dos Novos Coelhos, ladeados pelas Talitas do Twitter. Isso falando-se apenas nas guerras internas tupiniquins.
As agressões vêm de todos os lados. As vanguardas dizem que os Machadianos e Drummonds são múmias empoeiradas em seus sarcófagos, enquanto a velha guarda acusa os Coelhos e Talitas de tentarem acabar com a língua portuguesa.
- Nós somos clássicos.
- Nós vendemos mais.
- Somos eternos.
- Somos populares.
- Estamos na Academia Brasileira de Letras.
- Nós também.
E por aí vai. Velhas fórmulas, clássicos, modernos, Orkut, twitter, MSN, nova linguagem, novo vocabulário, nova escrita. O mundo em evolução e em revolução. Livros, sebos, livrarias, e-books, kindles, e-mails. A palavra em novos substratos físicos e virtuais. Papel, pedra, papiro, monitores, MP 3, 4, 5, 6, 7..., ipod, notebook, e-palavra. Tudo muda rapidamente. O que é bom, o que é ruim? Como saber? Não temos tempo para pensar, decidir. Tudo já está mudando novamente. Porém nesse turbilhão de mídias e idéias, nos constantes furacões que mudam nossos dias e culturas, uma certeza: ler é sempre uma emoção. Deixemos de lado o que é boa ou má literatura. Leiamos. A conjugação ficou esquisita e arcaica, mas quer dizer: vamos ler. Vamos nos emocionar. Vamos imaginar. Produzir em nossas mentes um filme tão bom que cineasta nenhum consegue igualar. Produzir a perfeição, os melhores cenários, os melhores atores, as melhores cenas. Uma só frase desperta nossos neurônios e iniciamos uma fantástica viagem ao mundo do imaginário.
“O gato comeu o rato.”
Imagine esta cena. Como era o gato? Angorá, persa, vira-latas, gordo, magro, fêmea, macho, amarelo, branco, preto, malhado, velho ou novo?
E o rato? Cinza, branco, preto, camundongo, ratazana, do campo, velho, feroz, novo ou medroso?
E o lugar? Onde acorreu? Numa casa, apartamento, na rua, fazenda, lixo, fábrica abandonada ou esgoto? Chovia, fazia sol, neve, frio, calor intenso?
E a cena? O gato correu atrás, lutaram? O rato foi dilacerado, com suas vísceras e sangue esparramados pelo chão? Ou foi apenas engolido, deixando o rabinho a balançar fora da boca do gato, numa típica cena de Tom e Jerry?
Tenho certeza que você leitor, apesar das centenas de combinações possíveis já descritas, tem em sua mente outras tantas que nem ousei imaginar. Enfim, esse é o valor da leitura: imaginar. Criar com a mente, dar asas aos nossos desejos mais secretos. Colocar em cada cena mental a nossa aspiração, utilizar a nossa ética, nosso senso moral, nossos desejos. Colocar em cada cena nossos atos heróicos ou até vingativos que não poderíamos realizar no mundo real. Este é o melhor filme. O filme rodado a partir das letras para a nossa imaginação. Um longo longa-metragem (foi proposital) que em momento algum nos enfastia, nos cansa; onde cenas são criadas e modificadas numa fração de pensamento e os finais, se não nos agradam, podem ser despudoradamente modificados pelo nosso livre-arbítrio
PRÊMIO- O Pensador IV da Academia de Letras de Itapema - RS
terça-feira, 10 de agosto de 2010
OUTDOORS
Campanha publicitária do Citibank espalhada pela cidade de
São Paulo através de Outdoors:
Lembre-se de Viver...
"Crie filhos em vez de herdeiros."
"Dinheiro só chama dinheiro, não chama para um cineminha, nem para tomar um sorvete."
"Não deixe que o trabalho sobre sua mesa tampe a vista da janela."
"Não é justo fazer declarações anuais ao Fisco e nenhuma para quem você ama."
"Para cada almoço de negócios, faça um jantar à luz de velas."
"Por que as semanas demoram tanto e os anos passam tão rapidinho?"
"Quantas reuniões foram mesmo esta semana? Reúna com quem você ama"
"Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça, vírgulas significam pausas..."
"...e quem sabe assim você seja promovido a melhor (amigo/ pai/ mãe/ filho/ filha/ namorada/ namorado/ marido/ esposa/ irmão/ irmã... etc.) do mundo!"
"Você pode dar uma festa sem dinheiro. Mas não sem amigos."
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Uma cidade chamada... Fábrica
Há museus de obras de artes, de palavras, museus de imagens, de tudo que deve ser preservado. Se fosse possível o museu de uma cidade seria de uma cidade chamada Fábrica. Construída ao redor de uma Fábrica de automóveis, acabou ganhando o mesmo nome. Nós dizíamos: Eu moro na Fábrica. A vila operária, as ruas de pedras, a cachoeira lá no fim da trilha, o único hospital ,minha irmã mais nova nasceu lá , e ... ah! o cinema. O mesmo cinema ainda estava de pé quando voltei em 1995, vinte anos depois. A igreja lá no alto abençoando os que ficaram. Nós fomos construir outras cidades, outras tribos, outros mundos. Bati palmas nos portões de algumas casas, não encontrei quase ninguém. Hoje , buscando ao léu na internet, encontro esses vídeos. Quem viveu na Fábrica Nacional de Motores, sempre se lembrará:dos desfiles escolares, das casas de varandas em arcos, das freirinhas do Jesus Maria José, do cinema, e que fomos alunos do Barão. A simplicidade das fotografia nos revela o que diz a canção : tudo passa, tudo sempre passará. Hoje, as formaturas são suntuosas, as escolas disputam quem levará mais jovens às Universidades. Só queríamos alcançar os sonhos. Sonhos revestidos de futuro, coloridos de juventude e risos.
A todos que cruzaram as ruas de pedras, foram às missas na igreja de Nossa Senhora da Graça, lá no alto, que tocaram na Bandinha do Barão de Mauá, aos que como eu abrem ,de quando em vez , o livro da saudade: o meu eterno carinho.
L.A
VILA OPERÁRIA
COLÉGIO ESTADUAL BARÃO DE MAUÁ
L.A
VILA OPERÁRIA
COLÉGIO ESTADUAL BARÃO DE MAUÁ
Nota: A cidade, aqui chamada Fábrica , fica ao lado da reserva de Xerém, Estado do Rio de Janeiro aos pés da Serra fluminense que leva a Petrópolis. Cercada pela Mata atlântica, famosa pela cachoeira Véu de Noiva. As instaçãoes da Fábrica foram tombadas pelo Patrimônio Histórico Nacional.
domingo, 20 de junho de 2010
SÓ O AMOR É REAL
"Para cada um de nós, existe alguma pessoa especial. Muitas vezes , existem duas , três ou mesmo quatro. Todas vêm de gerações diferentes. Atravessam oceanos de tempo e profundidades celestiais para estarem conosco novamente. Vêm do outro lado, do céu. Podem parecer diferentes, mas nosso coração as reconhece. Nosso coração as abrigou em traços como os nosso nos desertos do Egito, sob o luar, e nas planices antigas da Mongólia. Marchamos juntos nos exércitos de generais guerreiros que a História esqueceu, e vivemos com elas nas cavernas cobertas de areia dos Homens antigos. Há entre elas e nós um laço eterno, que nunca nos deixa sós.
A nossa mente pode interferir. Eu não te conheço". Mas o coração sabe." (...)
SÓ O AMOR É REAL- Brian Weiss
Editora Sextante.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
O ESPÍRITO DA MÚSICA
Um show imperdível!
Basta clicar e assistir a uma coisa absolutamente impressionante, técnica ou musicalmente.Trata-se de um grupo de pessoas, que não se conhecem entre si . É aqui que entram os técnicos de som e imagem voluntários e sem remuneração, que se ocuparam de captar o som de cada um dos "cantores", individual e mundialmente (são atuações ao ar livre e isso é extremamente difícil de fazer sem "ruídos exteriores"). Posto isto e remixado, atingindo um nível de pureza musical notável, chegamos a esta maravilha musical conseguida através de alta tecnologia, e que num instante, junta as pessoas de todo o mundo, fazendo-as sentir e falar ao mesmo tempo a mesma linguagem universal... a música. Momentos como este, de grande dedicação e generosidade, fazem-nos ainda ter alguma esperança na "raça humana".
Gentilmente enviado por Osmar Aguiar
quinta-feira, 3 de junho de 2010
ESCRITOS VOANDO NO TEMPO
ESCRITOS VOANDO NO TEMPO- TERESA FERRER PASSOS
As qualidades literárias de Teresa Ferrer Passos são inúmeras e poderíamos começar dizendo que é historiadora, ensaísta, poeta e narradora, pois assim nos é apresentada pela Editora Escrituras. Portuguesa, nascida no ano de 1948 em Lisboa, Teresa F. Passos vai além das linhas dos textos. O primeiro parágrafo que li da escritora tratava-se de um excerto tirado do livro de sua autoria; O Segredo de Ana Plácido e senti-me, então, entre as paredes do mundo possivelmente vivido pela autora, a personagem retratada e eu a leitora. Passamos a nos comunicar por emails e conheci a Literatura com todas as letras maísculas e fortes desta que tenho como um ícone dentro da literatura em Portugal. Nosso primeiro contato pessoal deu-se em Setembro de 2008 em visita à Biblioteca Nacional de Portugal quando Teresa F. Passos preparou junto à Diretoria da Biblioteca a doação do Livro, de meu acervo particular, - Herança de Lágrimas , 1871- 1ª edição, Lopo de Sousa. Lembro-se sempre da mulher miúda, pele clara, olhos de um azul violeta que pareciam olhar, distante, um campo florido.
Teresa Ferrer Passos presenteia-nos com mais este trabalho que é um passeio pelo melhor da literatura, em pequenos quadros espalhados em espaço e tempo. A escritora aborda autores, textos, épocas. Um excelente livro para os que gostam de literatura pelo prazer de literar-se, de aprender. De pensar sobre literatura, de amá-la. Deparamo-nos com Fernando Pessoa, André Malraux, Garcia Lorca, e escritores brasileiros, entre eles: A. B. Mendes Cadaxa, Dinah Silveira de Queiroz... e a narrativa sem nacionalidade , romance, poesia, a história da palavra.
Sem dúvida O Livro é o melhor dos presentes.
L.A
Nota do Blog: Disponível na Livraria Cultura- LINK
quarta-feira, 2 de junho de 2010
10 REGRAS PARA SER HUMANO
Texto de Cherie Carter-Scott
1. Você recebeu um corpo. Pode gostar dele ou não, mas é seu e deve ser conservado enquanto aqui estiver, e a tempo inteiro.
2. Irá aprender lições. Está inscrito numa escola informal e a tempo inteiro, chamada "vida" .
3. Não existem erros, apenas lições. O crescimento é um processo de tentativas, enganos e experimentação. As experiências "falhadas" são igualmente uma parte do processo tal como o são as experiências que "dão certo".
4. As lições repetem-se até serem aprendidas. Uma lição poderá ser-lhe apresentada sob diversos formatos até a aprender. Quando a aprender, poderá continuar e aprender a próxima.
5. As lições de aprendizagem nunca acabam. Não existe parte nenhuma da vida que não contenha as suas lições. Se estiver vivo significa que ainda tem muito que aprender.
6. Não existe lugar nenhum melhor do que este.
7. As outras pessoas são meramente espelhos de si próprio. Não se pode amar e odiar algo sobre outra pessoa, a não ser que reflita para si algo que ama ou odeia sobre si próprio.
8. O que fizer da sua vida está ao seu critério. Tem ao seu alcance todas as ferramentas e recursos que precisa. O que faz com elas, é escolha sua.
9. Encontre as suas respostas em si próprio. As respostas às questões da vida estão dentro de você. A única coisa que precisa de fazer é olhar, ouvir e confiar.
10. Vai se esquecer disto tudo que foi dito. Se precisou de as ouvir, é porque ainda tem algo a aprender.
Do Blog : A Mulher do Próximo
sexta-feira, 21 de maio de 2010
QUARTOS CRESCENTES
À lenda de Ann Radcliffe,
aos poetas, romancistas- escritores que trabalham a palavra enquanto os outros dormem.
Nunca entenderei as frases murmuradas por eles. Cobrem a boca com a mão quando falam. Nunca entenderei porque cessam a música e a gritaria quando espreito do quarto. Havia um tempo que choravam todas as noites e corriam pelos corredores. Conheço todos. Dei-lhes o destino que mereciam. Muitos não aceitam e arrastam a ponta da corda que lhes amarra os pulsos, rasgam a mordaça dos dentes. Aos poucos, as atitudes tornam-se ingênuas e repetitivas: alguns escondem-se no armário das louças. Eles insistem em mutilar os corpos, escondem-se aos pedaços. Nunca sentenciei nenhum à morte. Os atos seguidos um após o outro deram -lhes a natureza cruel do destino. Às vezes, recomeçam o mesmo Ato, como se entrássemos num teatro e a cena se repetisse infinitamente.
_ Senhora Condessa, o chá está pronto!
Ouço os passos no andar de baixo e aguço o ouvido na porta. Os verbos se misturam numa Babel sonora e ruidosa. Não posso entender o que querem. Sei que olham insistentemente para o quarto, na parte de cima da casa. Procuram sempre. Tropeçam quando tentam invadir os degraus. Abismos de serpentes e rios de lodos os arrastam de volta ao degrau de baixo. Se eu dormir eles poderão subir. Não posso dormir nunca. Como dar-lhes de presente abismos e rios escuros? É uma guerra constante. Sempre troco a xícara de chá que o criado deixa sobre a escrivaninha. William bebe a xícara que seria minha e dorme facilmente. Certifico-me então que a receita do médico está no chá. Não fazem por mal, querem livrar-me de maneira errada, mas eu sou minha única defesa.
Estou cansada e o pensamento se estreita cada vez mais. Sinto a coroa de espinhos sobre a fronte, sinto o risco do líquido que desce no canto da face. Se os outros chegassem tudo seria diferente. Mudaram-se para longe, além dos mares e nuvens. Riem e cantam tão alto que nunca olham para baixo, nunca ouvem o que grito. Dei-lhes a felicidade de presente, a vivência de um amor merecido.
aos poetas, romancistas- escritores que trabalham a palavra enquanto os outros dormem.
Nunca entenderei as frases murmuradas por eles. Cobrem a boca com a mão quando falam. Nunca entenderei porque cessam a música e a gritaria quando espreito do quarto. Havia um tempo que choravam todas as noites e corriam pelos corredores. Conheço todos. Dei-lhes o destino que mereciam. Muitos não aceitam e arrastam a ponta da corda que lhes amarra os pulsos, rasgam a mordaça dos dentes. Aos poucos, as atitudes tornam-se ingênuas e repetitivas: alguns escondem-se no armário das louças. Eles insistem em mutilar os corpos, escondem-se aos pedaços. Nunca sentenciei nenhum à morte. Os atos seguidos um após o outro deram -lhes a natureza cruel do destino. Às vezes, recomeçam o mesmo Ato, como se entrássemos num teatro e a cena se repetisse infinitamente.
_ Senhora Condessa, o chá está pronto!
Ouço os passos no andar de baixo e aguço o ouvido na porta. Os verbos se misturam numa Babel sonora e ruidosa. Não posso entender o que querem. Sei que olham insistentemente para o quarto, na parte de cima da casa. Procuram sempre. Tropeçam quando tentam invadir os degraus. Abismos de serpentes e rios de lodos os arrastam de volta ao degrau de baixo. Se eu dormir eles poderão subir. Não posso dormir nunca. Como dar-lhes de presente abismos e rios escuros? É uma guerra constante. Sempre troco a xícara de chá que o criado deixa sobre a escrivaninha. William bebe a xícara que seria minha e dorme facilmente. Certifico-me então que a receita do médico está no chá. Não fazem por mal, querem livrar-me de maneira errada, mas eu sou minha única defesa.
Estou cansada e o pensamento se estreita cada vez mais. Sinto a coroa de espinhos sobre a fronte, sinto o risco do líquido que desce no canto da face. Se os outros chegassem tudo seria diferente. Mudaram-se para longe, além dos mares e nuvens. Riem e cantam tão alto que nunca olham para baixo, nunca ouvem o que grito. Dei-lhes a felicidade de presente, a vivência de um amor merecido.
Há um terceiro andar sobre a casa. As paredes são de vidros e , às vezes, sei que eles, os que cantam, estão lá no terceiro andar. Tão perto, mas fecharam hermeticamente as portas. O salão de cristal em que se encontram pesa sobre o forro do quarto. Há uma ferramenta comprida na despensa , quando o dia amanhecer a trarei para o quarto e tentarei chegar ao salão de vidro pelo teto sobre a cama. À noite é impossível descer e chegar ao pequeno quarto. Nunca sei aonde eles, os que choram, se escondem. Quando cochilo ouço os passos que vencem os degraus , beirando a porta. Sento-me assustada sobre a cama. Penso e dou vida a um exército de dragões e o fogo os devolve ao salão da casa.
Por que o dia nunca amanhece? O relógio sobre a mesa insiste em dar voltas em torno das três horas. Preciso ir ao quarto da despensa. Há vozes sobre o forro do teto do quarto, o que diz que os que amam e cantam estão reunidos lá. Só eles podem salvar-me de vez. Como descer até o subsolo da cozinha? O guarda-chuva de William está no canto do quarto. Seria possível destruir o forro do teto com a ponta dele? Se eu enrolar o lençol na ponta do guarda-chuva o ruído será abafado.
Não me lembro claramente o que aconteceu após a decisão de usar a ponta do guarda-chuva. Lembro-me apenas de um cansaço ofegante e que apoiei o peso do corpo sobre os pulsos e atingi o andar de cima. Lembro-me de ver William dormindo de lado e o lençol cobrindo parte dele. Lembro-me, ainda que pude ver lá do alto a porta do quarto sendo empurrada, e dezenas deles subindo sobre a cama. Olharam o corpo deitado com indiferença. Pela segurança de quem dormia imaginei um rio de água e limo dividindo o quarto.
Antes da água atingí-los, olham para o alto. A claridade e a música suave chamam minha atenção. Uma moça de sorriso agradável estende-me a mão. O rapaz que atravessou oceanos e tormentas para encontrá-la está ao seu lado.
L.A
Antes da água atingí-los, olham para o alto. A claridade e a música suave chamam minha atenção. Uma moça de sorriso agradável estende-me a mão. O rapaz que atravessou oceanos e tormentas para encontrá-la está ao seu lado.
L.A
Ann Radcliffe nasceu Ann Ward no ano de 1764 em Londres. Casada com o jornalista William Radcliffe abriu escola na literatura gótica. Sua literatura é feita de uma linguagem simbólica e visual, próxima à poesia. Suas heroínas sofrem, apenas, para dar fio à trama. Se um escritor gótico iniciasse o capítulo de uma novela qualquer descrevia um velho castelo, uma tempestade de raios e trovões e um estranho vulto que passa entre as árvores. Ann falaria de uma noite de lua, do reflexo da coruja na grama úmida e o vulto de um jovem amante e sua capa escura. Por mais que o amor sofra, Ann dá a ele um final feliz.
Atribui-se à escritora o hábito de ingerir comidas pesadas à noite para ter pesadelos e inspirar-se para escrita. O lado sombrio da escritora vem justificado por duas razões: Era moda na Inglaterra este tipo de literatura e cada um exterioriza o que tem dentro de si. Após uma infância solitária entre adultos a moça afundava-se em personagens imaginários para suportar a imensidão da casa em que morava com os tios. Essa mistura de nostalgia e flor dá-nos a literatura admirável da Senhora Radcliffe. A versão oficial de como deixou este mundo, fragmenta-se. Dizem que enlouqueceu perseguida por seus personagens, caiu montanha abaixo numa de suas viagens pelo norte da Europa, ou morreu como a maioria das pessoas da época: de doença dos pulmões. Quem sabe, um pouco de tudo.
Atribui-se à escritora o hábito de ingerir comidas pesadas à noite para ter pesadelos e inspirar-se para escrita. O lado sombrio da escritora vem justificado por duas razões: Era moda na Inglaterra este tipo de literatura e cada um exterioriza o que tem dentro de si. Após uma infância solitária entre adultos a moça afundava-se em personagens imaginários para suportar a imensidão da casa em que morava com os tios. Essa mistura de nostalgia e flor dá-nos a literatura admirável da Senhora Radcliffe. A versão oficial de como deixou este mundo, fragmenta-se. Dizem que enlouqueceu perseguida por seus personagens, caiu montanha abaixo numa de suas viagens pelo norte da Europa, ou morreu como a maioria das pessoas da época: de doença dos pulmões. Quem sabe, um pouco de tudo.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
BRASÍLIA
sábado, 27 de março de 2010
ESCRITOS VOANDO NO TEMPO- TERESA FERRER PASSOS
A Escritura Editora, dentro da Coleção Ponte Velha, edição apoiada pelo Ministério da Cultura de Portugal e pela Direcção Geral do Livroe das Bibliotecas ( DGLP/Portugal) , publica Escritos Voando no Tempo, de Teresa Ferrer Passos, com a seleção de ensaios sobre temas diversos relacionados à literatura e à cultura em Portugal. A obra conta com a organização de Floriano Martins e ilustração de Dheyene de Souza.
Teresa Ferrer Passos discute a idéia de que "a literatura portuguesa tem tido um fraco expansionismo no Brasil no Brasil ao longo do século XIX ( pós independência do Brasil) e XX-XXI. Também o conrário tem sido uma constante. Se os portugueses conhecem mal a literatura brasileira e, assim como os outros campos das terras de Santa Cruz, os brasileiros também não tem acesso ao melhor da poesia, do romance e da pintura portuguesa do século XIX e XX.) re o Brasil do grande contista Machado de Assis e da admirável romancista Clarice Lispector, o universo da língua portuguesa ( agora alargada a aÀfrica e a Oceania pela CPLC), continuará emprobecido e sem explendor ( cultural/econômico) da Francofonia e da Commonwealth). Esperemos que o acordo ortográfico seja um passo importante para atingir essa tão benéfica cionstrução do 'mundo que o português criou' ( Gilberto Freire, 1940)"
Sobre a autora: Teresa Ferrer Passos,( Portugal, 1948 ) Historiadora, ensaista, poeta e narradora. Criou, em 2007 , um sítio Web denominado Harmonia do Mundo; http://www.harmoniadomndo.net/ . Recebeu o prêmio Monografia /monografia atribuído pela Sociedade Histórica da Independência de Portugal, em 1989, ao Ensaio intitulado Fernão de Oliveira- 1º gramático de língua portuguesa, livro que viria a ser publicado em 1994. Traduziu A Semana Santa, (romance hisórico), de LOUIS ARAGON ( 2003). Publicou dentre outros livros: O sentimento Patriótico em Portugal ( Coletânea de artiugos publicados sobre a psicologia coletiva do povo português , 1983), A Revolução Portuguesa de 1383-1385, ( ensaio histórico , 1984). Eu Nuno Àlvares ( romance histórico em 1987), Fragmentos de Sol, (poesia 1993), O Grão de Areia ( contos de ficcção científica, 1996). Album de Amor( album de poesia em porceria com Fernando Henrique Passos, 1998), a Restauração de 1640 e D. Antão de Almada ( 1999) , Ensaios Literários e Críticos (2001), Anunciação, ( romance 2003) e Novo Album de Amor ( em coautoria com Fernando Henrique Passos, 2005).
Conheça todos os títulos da Coleção Ponte velha em http://www.escrituras.com.br/ponte.htm
sexta-feira, 26 de março de 2010
NO PÓ DA ESCRITA
Outrora, bandeiras de guerra e paz eram precedidas por missivas lacradas por brasões reais : a importância vital da escrita. Mensageiros corriam bosques noturnos e corações apaixonados abriam cartas num ritual de paixão e fé. A materialização em papel da palavra foi gradativamente silenciando-se diante das mensagens virtuais do século XXI : a modernidade a favor da saúde do planeta. A língua, entretanto, tende a ser modificada pela usual aglutinação das vogais e alteração da grafia: a cotidiana comunicação eletrônica.
Escritores são narradores e registradores das histórias que cruzam o círculo planetário. Fictícios ou biográficos os textos buscam, antes de tudo, seduzir o leitor. Os alquimistas da palavra misturam os verbos, refazem a frase, destilam incessantemente , aspiram e entregam o produto final: a narrativa.
Escrever é antes de tudo o exercício de domar a língua sob a inércia ou frenesi da imaginação. É a busca do equilíbrio entre a palavra culta e a que atrai . Se a narrativa esmerar-se em linguagem o leitor torcerá o nariz e afastará o cálice. Se pecar pela vulgaridade será de igual forma preterida. A linguagem escrita apóia-se na possibilidade de tornar-se visual ou a história não tomará forma na imaginação de quem lê e o ruído de um livro fechando-se irá silenciar a voz do autor.
Escritores são homens comuns, enfeitiçados, porém , pelo efeito da palavra. Edificam e destroem cidades, sopram sons e luz sobre a escuridão do nada. Sãos os Merlins riscando as linhas da vida. Contudo, somos todos dotados deste dom divino de decidir destinos quando diuturnamente escrevemos nossas biografias. Somos personagens de nós mesmos e coadjuvantes na história dos outros. Somos todos, então, escritores: todas as nossas ações ficam gravadas. Se imaginamos um livro com páginas amareladas pelo tempo ou um minúsculo chip gravitando no cosmo é exercício mental de cada um. Há, contudo, o inevitável caminho de ser leitor: um dia leremos juntos o grande Livro da Vida.
Escritores são narradores e registradores das histórias que cruzam o círculo planetário. Fictícios ou biográficos os textos buscam, antes de tudo, seduzir o leitor. Os alquimistas da palavra misturam os verbos, refazem a frase, destilam incessantemente , aspiram e entregam o produto final: a narrativa.
Escrever é antes de tudo o exercício de domar a língua sob a inércia ou frenesi da imaginação. É a busca do equilíbrio entre a palavra culta e a que atrai . Se a narrativa esmerar-se em linguagem o leitor torcerá o nariz e afastará o cálice. Se pecar pela vulgaridade será de igual forma preterida. A linguagem escrita apóia-se na possibilidade de tornar-se visual ou a história não tomará forma na imaginação de quem lê e o ruído de um livro fechando-se irá silenciar a voz do autor.
Escritores são homens comuns, enfeitiçados, porém , pelo efeito da palavra. Edificam e destroem cidades, sopram sons e luz sobre a escuridão do nada. Sãos os Merlins riscando as linhas da vida. Contudo, somos todos dotados deste dom divino de decidir destinos quando diuturnamente escrevemos nossas biografias. Somos personagens de nós mesmos e coadjuvantes na história dos outros. Somos todos, então, escritores: todas as nossas ações ficam gravadas. Se imaginamos um livro com páginas amareladas pelo tempo ou um minúsculo chip gravitando no cosmo é exercício mental de cada um. Há, contudo, o inevitável caminho de ser leitor: um dia leremos juntos o grande Livro da Vida.
L.A
quarta-feira, 17 de março de 2010
POR DETRÁS DO PENSAMENTO
O rapaz entrou no pequeno banheiro do restaurante e abriu a torneira. Juntou às mãos um pouco de água e lavou o rosto. Quando ergueu a cabeça sentiu que a parede as suas costas girava em sentido horário, mas sua figura embora estática girava no sentido inverso a ela. A luz do ambiente caiu como se subitamente não mais fosse horário de almoço. Manteve-se em posição de vigília, observando. Não mais ouvia o barulho dos garfos na pia de metal da copa ao lado. O silêncio tinha um ruído abafado, como se a imagem a sua frente se projetasse num filme mudo. Agora a outra margem do rio era completamente visível. Observou as folhagens das árvores e as pedras do lado esquerdo. Seu corpo girava como se estivesse numa canoa e o remo tentasse vencer o peso do barco. Não saberia dizer se seu corpo girava ou o espaço do lado esquerdo se aproximava, agora era parte da canoa. Sentiu o cheiro de querosene que vinha do saco encardido sobre o banco do barco. Sentiu a criança deitar a cabeça sobre seu colo: não deveria ter mais de quatro anos. A menina choramingou qualquer coisa, olhou desolado o saco de pano quase vazio. _Mãe, tô com fome, ela disse. A cena era-lhe familiar, como se fizesse parte dela sempre. Usava calças escuras e uma blusa desbotada cobria-lhe o corpo. Tocou o cabelo da criança, tinha a impressão de estar voltando de algum lugar. Não havia na canoa nada além do saco encardido. Talvez estivesse indo, pensou. A luminosidade , contudo, era pouca e não havia casas por perto. Teve a impressão que algumas pedras moviam-se lentamente. O movimento era real, a pedra comprida escorregou ao rio. Conseguia ver-se lado a lado a mulher, mas não sabia definir a distância,. Ás vezes, pareciam um só. Não teve medo, procurou manter-se imóvel. Qualquer movimento, estava certo, o devolveria ao banheiro do restaurante. O coração começou um batimento acelerado. Deixou-se levar rio abaixo, a meia claridade aproximava-se. Não descia o rio, cortava-o em direção à margem oposta. O remo tocava a água continuamente e alguma coisa deixava atrás, bem longe. Ouviu desta vez o barulho de pratos quebrando-se no chão. Fechou a torneira . |
L.A |
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
PAR OU ÍMPAR
A primeira vez que vi Alice Hartmann eu tinha pouco mais que seis anos. Chovia muito e o vento açoitava as janelas do casarão da Geremário Dantas. Encolhida atrás da porta só percebi sua presença quando a mão me foi estendida. Nunca mais tive medo de casarões desabitados e noites de chuvas. Aprendi a contar histórias, sempre digo, devido a uma infância repleta de tardes vazias. Hoje sei que era ela quem as contava. Eu repassava todas: - prodigiosa imaginação, diziam.
Alice Von Hartmann é uma senhorinha. Saia comprida e um coque que as mulheres já não usam. Sabedoria que só as avós possuem. Nem sempre aparentou este ar de nobreza alemã: mesmo em corpo franzino e tamanco nos pés , portava um feixe de lenha com elegância. Por trás de todas as camponesas que viveu , estava sempre presente uma dignidade conquistada. Alice filtrava em suas vidas as melhores qualidades do espírito.
_ Tenho dúzias de coelhos assustados como você.
_ Como cuida de todos?
_ Um dia você vai entender.
Começo a entender aos poucos o mecanismo dos dias. Quantas vezes a esqueci no casarão da Geremário Dantas e diante de decisões importantes pensei em dar um passo atrás. Sua respiração sobre meus ombros, faz-me lembrar que sou forte. Às vezes, o sinal fecha e reporto-me a ela.
_ Preocupada?
_Muito.
_ Você já teve problemas muito mais sérios.
O sinal abre e a esqueço, mas a coragem me segue.
A vida é um livro em branco, história escrita ao vivo e a cores. A caixa do correio pode ter surpresas.
Luísa Ataíde
Luísa Ataíde
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
AO REDOR
Nos relata Rosana N. Moreira em História da Música Universal que é quase impossível afirmar aonde começaram as primeiras manifestações musicais. Com certeza a sonoridade nasceu silábica como qualquer comunicação e após a ritimização da sílaba chegamos ao som mais elevado que a fala , que findou-se em harmonia. As primeiras manifestações religiosas usavam a música e a dança como pano de fundo para aproximar-se dos hemisférios inalcansáveis da Magia. Os primitivos acordes estavam no sopro do vento, no murmúrio do rio, no canto das aves. Ao silenciar foi possível perceber, sentir e abrir o leque colorido da audição.
L.A
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
O FILHO DO SOL
“Se emites pensamentos negativos,
sejam de ódio, de egoísmo, de inveja ou de orgulho,
endereçados a outra pessoa, as vibrações desse naipe
alteram o fluido cósmico que te envolve,
e o primeiro a absorvê-lo és tu mesmo”
– Miramez -
Auati , assim era chamada toda gente loura que aqui aportasse no tempo da colonização. Numa manhã de 1649 a pequena embarcação tocou a areia da praia e o homem alto, de porte esbelto, cabelos da cor de ouro velho trazidos amarrados para trás, retirou as botas e olhou a extensa vegetação até aonde os olhos puderam alcançar. Abriu a mão ao pequeno curumim que lhe estendia a estrela marinha e sentiu como se estivesse de volta a casa paterna. O velho Pajé da tribo apontava-lhe o lado direito , pois que viu o estrangeiro e o grande espírito das florestas como sombra ao seu redor. Reverenciou o homem branco e a divindade de cura que o acompanhava. Fernando vinha à Terra de Santa cruz por ordem do rei Felipe IV, rei da Espanha . Entendia o rei que a Escola de Navegação de Sagres lançava os grandes comandantes e suas embarcações aos mares sem indagar-lhes a pátria de origem, sendo assim por que dar a Portugal a superioridade de domínio sobre as terras do sul da América?
Contudo, os caminhos que a suprema espiritualidade traçara para o jovem auati passavam longe de desavenças políticas e interesses marítimos. Fernando não teve dificuldades em aprender a língua dos índios e a conviver com eles. Aprendeu todo o segredo das ervas da medicina nativa: o aprendizado era- lhe como canção de infância vindo-lhe aos poucos aos ouvidos. Sabia no íntimo que sempre pertencera àquela terra. Homem de extremada fidalguia e detentor de posses em terras de Espanha, não teve dúvidas em mandar distribuir seus bens entre os mais necessitados e não mais voltar ao país de berço. Para que tesouros, se tinha o doce das frutas, o céu estrelado para admirar em noites claras, a imensidão das matas a fornecer o remédio a todos os males do corpo? Acompanhou o sofrimento dos irmãos vindos da África e de igual forma aprendeu os costumes e a língua dos que fariam um dia a nação Zumbi. Ouvia as lendas dos orixás da chuva, do arco-íris e do vento com imenso respeito, entendendo a interpretação que cada povo que se espalhara no planeta fazia do Criador, tão diferente do que lhe fora moldado no cristianismo de Castela.
Fernando Miramez de Olivídeo aprendeu que a força do pensamento faz a saúde do corpo e que toda dor vem do próprio homem. Dedicou-se ao estudo da saúde espiritual e física e seus ensinamentos espalharam-se em inúmeros livros de mensagens que edificam o aprimoramento do homem em conhecer as respostas simples que a natureza fornece. O Filho do Sol, como fora chamado, nunca abandonou a Terra Brasil. Sua essência vive nas penas dos pássaros, no poder curativo das plantas, na chuva que renova a terra para o plantio do alimento bendito.
L.A
sejam de ódio, de egoísmo, de inveja ou de orgulho,
endereçados a outra pessoa, as vibrações desse naipe
alteram o fluido cósmico que te envolve,
e o primeiro a absorvê-lo és tu mesmo”
– Miramez -
Auati , assim era chamada toda gente loura que aqui aportasse no tempo da colonização. Numa manhã de 1649 a pequena embarcação tocou a areia da praia e o homem alto, de porte esbelto, cabelos da cor de ouro velho trazidos amarrados para trás, retirou as botas e olhou a extensa vegetação até aonde os olhos puderam alcançar. Abriu a mão ao pequeno curumim que lhe estendia a estrela marinha e sentiu como se estivesse de volta a casa paterna. O velho Pajé da tribo apontava-lhe o lado direito , pois que viu o estrangeiro e o grande espírito das florestas como sombra ao seu redor. Reverenciou o homem branco e a divindade de cura que o acompanhava. Fernando vinha à Terra de Santa cruz por ordem do rei Felipe IV, rei da Espanha . Entendia o rei que a Escola de Navegação de Sagres lançava os grandes comandantes e suas embarcações aos mares sem indagar-lhes a pátria de origem, sendo assim por que dar a Portugal a superioridade de domínio sobre as terras do sul da América?
Contudo, os caminhos que a suprema espiritualidade traçara para o jovem auati passavam longe de desavenças políticas e interesses marítimos. Fernando não teve dificuldades em aprender a língua dos índios e a conviver com eles. Aprendeu todo o segredo das ervas da medicina nativa: o aprendizado era- lhe como canção de infância vindo-lhe aos poucos aos ouvidos. Sabia no íntimo que sempre pertencera àquela terra. Homem de extremada fidalguia e detentor de posses em terras de Espanha, não teve dúvidas em mandar distribuir seus bens entre os mais necessitados e não mais voltar ao país de berço. Para que tesouros, se tinha o doce das frutas, o céu estrelado para admirar em noites claras, a imensidão das matas a fornecer o remédio a todos os males do corpo? Acompanhou o sofrimento dos irmãos vindos da África e de igual forma aprendeu os costumes e a língua dos que fariam um dia a nação Zumbi. Ouvia as lendas dos orixás da chuva, do arco-íris e do vento com imenso respeito, entendendo a interpretação que cada povo que se espalhara no planeta fazia do Criador, tão diferente do que lhe fora moldado no cristianismo de Castela.
Fernando Miramez de Olivídeo aprendeu que a força do pensamento faz a saúde do corpo e que toda dor vem do próprio homem. Dedicou-se ao estudo da saúde espiritual e física e seus ensinamentos espalharam-se em inúmeros livros de mensagens que edificam o aprimoramento do homem em conhecer as respostas simples que a natureza fornece. O Filho do Sol, como fora chamado, nunca abandonou a Terra Brasil. Sua essência vive nas penas dos pássaros, no poder curativo das plantas, na chuva que renova a terra para o plantio do alimento bendito.
L.A
Inspirado no livro Iniciação Viagem Astral- João Nunes Maia, Editora Fonte Nova
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
GEORGE SAND
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